quarta-feira, 30 de abril de 2008

Aquiles

Liderando seus Mirmidões, Aquiles imortalizou seu nome sobre cadáveres da épica guerra de Tróia. Aquiles tinha a força de um urso e era o mais veloz e temido guerreiro em combates, mas ao contrário de muitos heróis da mitologia grega, ele era um simples mortal: filho da ninfa Tétis e do rei Peleu; rei do pequeno reino de Ftia.

Tétis possuía enorme beleza que atraia os mais diversos pretendentes, entre eles Zeus e Posêidon, que estavam dispostos a tudo para possuí-la, quando um famoso oráculo revelou que do ventre de Tétis sairia um filho que superaria o pai. Zeus e Posêidon com medo que a profecia fosse realizada, armaram para que Tétis se casasse com um mortal, assim seu filho jamais poderia superá-los. Assim juntaram-na à Peleu, que era um dos mais respeitados guerreiros mortais. Após casar Tétis engravidou e deu luz ao menino Aquiles, durante o parto a ninfa teve a visão de que Aquiles teria uma morte precoce, com isso resolveu proteger seu filho levando-o e mergulhando-o nas águas sagradas do rio Estige. Pois até mesmo um mortal seria invulnerável se banhado naquelas águas. Então sobre as margens do Estige, Tétis segurou Aquiles pelo calcanhar e invocou para que as forças protetoras do rio protegessem seu filho. Mas o erro de Tétis foi não ter molhado o calcanhar do bebê, assim tornando-o o único lugar vulnerável de seu corpo.

Porém Peleu ao descobrir a loucura da mãe de mergulhar o filho no rio, tomou Aquiles dos cuidados de Tétis e passou a criá-lo, mas como rei, Peleu tinha muitas obrigações com seu reino e com seus Mirmidões, deixando então o filho aos cuidados do centauro Quirón, famoso por treinar heróis como Heracles e o próprio Peleu. Sobre a tutela de Quirón, Aquiles foi treinado nas mais diversas artes da guerra e do combate, tornando-se um guerreiro perfeito. Quando completou a puberdade foi procurado pela mãe que quis lhe advertir para que não lutasse na guerra que estaria para acontecer em Tróia, pois ela sabia que Tróia só cairia com ajuda da espada do filho, mas que ele jamais aproveitaria a vitória da batalha, pois assim que a cidade caísse Aquiles cairia com ela. Tétis não pôde impedir o filho, pois os oráculos previram que seu destino só a ele cabia, levar uma vida longa e feliz ou ser lembrado pela a eternidade por seu papel na maior guerra de toda a história.

Tétis, porém pediu para o filho que se escondesse, para que não fosse convocado para a temível guerra. Aquiles por devoção à mãe concordou com o pedido e se escondeu em Ciros, disfarçando-se entre as filhas e criadas do rei Licomedes. Por anos Aquiles viveu disfarçado como uma mulher e mantendo um caso com uma das filhas do rei, enquanto isso Ulisses o procurava por diversas ilhas da Grécia. Ao chegar a Ciro, Ulisses descobriu o possível paradeiro do guerreiro e com sua inteligência o desmascarou. Assim Aquiles foi levado então para a guerra!

A guerra estava prevista para dez anos de duração, porém Tróia só cairia no décimo ano, passando-se nove dos dez anos a guerra realmente começou, durante suas invasões muitas terras do reino de Tróia eram tomadas pelos gregos e suas riquezas eram dividas por iguais por todos os reinos da Grécia, inclusive as mulheres troianas, que se tornavam cativas para os mais valentes guerreiros, entre elas estava Briseida, que foi escolhida por Aquiles para ser sua companheira, assim com o tempo o guerreiro se afeiçoou pela cativa. Todavia durante a guerra o deus Apólo, que era defensor de Tróia, começou a castigar os gregos com a uma terrível peste. Amedrontado o rei Agamenon, líder dos gregos, teve que libertar sua cativa que era a filha de um dos sacerdotes de Apólo. Mas em troca exigiu que Aquiles o restituísse entregando-lhe a linda Briseida.

Aquiles, desrespeitado e ofendido por Agamenon, recusou-se a lutar até que o rei lhe pedisse desculpas. Tétis, em honra ao filho, pediu a Zeus que fizesse com que os troianos derrotassem os gregos até que Agamenon se sentisse fraco e pedisse desculpas à Aquiles. Zeus assim fez; iluminando os troianos no campo de batalha. Com isso Patroclo, fiel amigo de Aquiles, implorou ao líder dos Mirmidões que fizesse algo, pois muitos homens morriam por seus caprichos. Aquiles comovido autorizou ao amigo que pegasse suas armas e que comandasse os Mirmidões, mas apenas para afastar as tropas do temível Heitor de Tróia e somente isso. Advertindo-o que não se vangloria-se com o fervor da batalha e resolvesse desafiar Heitor, entretanto os deuses interferiram na batalha fazendo com que Patroclo contrariasse o amigo e assim sendo morto em combate por Heitor. Heitor, filho do rei Priamo de Tróia, ficou com as armas de Aquiles que estavam no cadáver de Patroclo, furioso Aquiles pediu para sua mãe que lhe providenciasse novas armas para vingar a morte do amigo e matar Heitor. Tétis pediu a Hefesto que forjasse as melhores armas que pudesse para o filho.

Com as novas armas, Aquiles desafiou Heitor e ferozmente o derrotou, com todo seu ódio e sede por vingança arrastou o corpo do inimigo para que não fosse feito o devido embalsamento. Nesta noite, porém Aquiles foi surpreendido pelo velho rei Priamo, que lhe implorou para que devolvesse o corpo do filho para que fosse devidamente encaminhado para o reino de Hades com todos os rituais religiosos. Comovido com o rei, que foi tão sincero e justo com ele, Aquiles lhe concedeu o corpo do filho e com ele os devidos dias de luto. Durante o funeral do príncipe troiano Aquiles se apaixonou pela a mais bela filha de Priamo, a princesa Polixena e secretamente resolveu cortejá-la, a princesa sem saber o que fazer consultou a mãe. A rainha envenenada por ódio quis se vingar do assassino de seu filho, então ordenou um mensageiro dizer à Aquiles que a filha aceitava honrada os cortejos do guerreiro, mas antes gostaria de conhecê-lo pessoalmente a fim de lhe dar uma resposta definitiva. Ordenou também que o valente rapaz encontrasse com a filha no tempo de Apolo; Aquiles embriagado pela paixão não percebeu que se tratava de uma emboscada.

Chegando no templo de Apolo, desarmado, ficou a espera de sua amada; ao vê-la, foi em sua direção e se debruçou sobre os joelhos para saudá-la, Paris, que o esperava a espreita escondido atrás de uma arvore, ergueu seu arco e lançou uma flecha envenenada contra Aquiles, a flecha guiada por Apolo atingiu o seu calcanhar, que era o único ponto vulnerável de seu corpo. Sentindo a angústia da dor, que era um sentimento que nunca tinha tido, Aquiles gritou aterrorizado e morreu sobre as escadarias do templo de Apolo. Seu corpo foio levado para dentro das muralhas de Tróia para ser exposto como troféu e para dar ânimo aos guerreiros troianos.

Há também uma outra versão de como ocorreu a morte de Aquiles, para mais interessados!

Olá meu nome é...

Aos fantasiosos leitores de plantão, estou aqui me apresentando. Meu nome é Guilherme, tenho 17 anos, sou um estudante, desempregado e curioso nas horas vagas, que ultimamente têm sido muitas, por essa disponibilidade de tempo e pelo meu gosto e interesse por mitologia, livros, lendas, mitos e diversos temas relacionados a fantasia e a matérias retratadas nesse blog, meu amigo Cezar generosamente convidou-me para fazer parte desta “equipe”, auxiliando-o com o blog "Falando de Fantasia" e suas postagens.

Então desde já estou muito agradecido pelo convite, espero poder ajudá-lo e poder fazer com que “nosso” blog cresça e continue com este padrão de qualidade, simplicidade e humor. E aos meus futuros leitores, peço desculpas por eventuais erros de gramática, formatação ou digitação. Mas por isso o meu amigo Cezar estará me ajudando com essa minha “iniciação” e me dando uns toques para que com o tempo eu me familiarize com os padrões do blog.

Para todos, muito obrigado e que comecem as aventuras pelos reinos da fantasia.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Baba Yaga

Que medo eu fiquei quando li essa lenda proveniente do folclore eslavo, muita famosa entre os russos. A mitologia eslava, por não conter registros históricos antes da cristianização, se tornou uma jóia rara para os historiadores; digo isso, pois é evidente que a religião em sua maioria tem total ligação com o folclore e o surgimento de mitos. Hoje em dia os historiadores utilizam como fontes para desvendar a cultura eslava os épicos dos seus heróis, chamados de bogatyrs. Esses épicos, com a chegada do cristianismo, foram levemente modificados, mas ainda deixaram os traços das entidades mágicas do folclore eslavo. Vale lembrar que os eslavos compreendem diversos povos que ocuparam desde partes da Rússia até países como Polônia, Bulgária e Áustria; por isso sempre haverá versões diferentes para determinados contos, nomes e localidades.

Através de uma rápida pesquisa, cheguei até uma curiosa lenda intitulada "Baba Yaga". O que me chamou a atenção foi a palavra "Baba", que no seu significado etimológica tem o sentido de "mãe".

Baba Yaga era uma bruxa bem sugestiva: velha, com nariz de gancho, muita magra a ponto de seus ossos serem salientes, olhos chamuscados como carvão em brasa e com cabelos de cardo saindo do seu crânio. Essa aparência repugnante caia como uma luva com seu aspecto sombrio e sua personalidade caótica, cercada de mistérios e incertezas. Uma das suas características principais, e uma das mais assustadoras, era que ela, apesar de ter uma vassoura, voava em um almofariz impulsionado por um pilão! A única utilidade de sua vassoura era a de apagar seus rastros, evitando ser encontrada. Outra característica marcante e bastante peculiar é o fato dela morar em uma casa que tem como base quatro enormes pés de galinha! Esses pés a auxiliavam a viajar pelo mundo afora, se instalando assim em diversas florestas obscuras o bastante para sua figura enigmática. A origem dessas "pernas de galinha" é de fácil dedução: muitos caçadores siberianos mantinham suas casas erguidas em bases de tronco, assim poderiam evitar a invasão de animais perigosos. Alguns pesquisadores também descobriram que algumas dessas casas eram utilizadas como crematório. Vai saber né? A casa de Baba Yaga era conectada com três cavaleiros distintos: o primeiro, branco, cavalgando um cavalo branco, se chamava Dia; o segundo, vermelho, com um cavalo vermelho, se chamava Sol; e por fim o terceiro, negro, também com sua montaria negra, chamado Noite. Fora eles, a casa possuía servos invisíveis. Algumas lendas dizem que para adentrar a casa era necessária uma frase mágica.

Baba Yaga, para ser o mais objetivo possível, era considerada uma deusa perigosa, pois muitas vezes aparecia como uma pessoa cruel, mas outras como uma pessoa boa que veio para auxiliar. Assumindo sua forma má, ela tinha o costume de caçar homens de personalidade ruim. Esses eram levados mortos para sua casa e lá eram revividos por ela para serem devorados! Seus ossos eram utilizados como vedação externa para sua casa e seus dentes eram usados na fechadura da porta. No panteão eslavo era tratada como Deusa da Morte e tinha como lado masculino a criatura Koshchei, O Sem Morte. Baba Yaga não é portadora de uma lenda única, pois aparece em várias histórias, tal como na história Vasilissa, A Bela e em diversas aventuras do príncipe Ivan.

Espero que tenha gostado. Até a próxima, sonhem com a Baba Yaga!

domingo, 27 de abril de 2008

O Príncipe Caspian

Tenho esperado esse filme desde que terminei de ler os sete livros que compõem a série As Crônicas de Nárnia. Traição, fuga e revolta, tudo isso forma a essência do que se passa em uma das melhores narrativas de toda a série, O Príncipe Caspian. Outro ponto que fortaleceu essa espera foi a bela adaptação cinematográfica realizada pela Disney do livro O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa. Porém, com a demora com que são entregues muitas adaptações de cinema, fiquei bem por fora do desenvolvimento do longa-metragem. Só nesses dias, quando fui intrigado ver quais filmes estavam em cartaz no cinema aqui da cidade, é que vi aquele imenso pôster, no qual apareciam Caspian e os quatro irmãos Pevensie. A partir daí, com algumas pesquisas básicas no Omelete, achei imagens, trailers, prévias de jogos, outros pôsteres, muitas coisas relacionadas ao filme, que já tem data de lançamento: 16 de Maio de 2008!

Muitos intelectuais, ateus na sua maioria, detestam qualquer obra da série d'As Crônicas de Nárnia. Motivo? Oras, bastam as citações cristãs que C. S. Lewis inseriu na narrativa; o que na minha opinião não influencia em nada para um leigo, todavia mesmo se influenciasse, é ainda um ponto de vista do autor, portanto deve ser respeitado.

A trama é a seguinte: a época de paz e harmonia sobre as terras de Nárnia é apenas uma lenda. A dominação por parte dos telmarinos só trouxe a pressão sobre todos os narnianos, que não tinham mais o direito da liberdade e eram obrigados a viver escondidos. Caspian, detentor do direito de sucessão, anseia a antiga Nárnia, onde todos eram livres. Porém é obrigado a fugir quando seu tio Miraz tem um filho homem e, portanto não precisa mais manter seu sobrinho vivo. Caspian é acolhido pelos narnianos fugitivos e passa a ser vistos por eles como o verdadeiro rei de Nárnia. O desejo de rebelião é unamine, mas Caspian precisará da ajuda dos Antigos Reis para libertar seu povo das garras dos telmarinos!


O livro, que foi escrito em 1951, receberá maior destaque agora com a adaptação, e mostrará que C. S. Lewis soube mais do que escrever um livro; soube escrever uma saga na qual podemos extrair lições para a vida. Tocante, não? Fiquem aqui então com o trailer legendado. Assistam o filme e depois, se gostarem, leiam o livro (só não digo para lerem primeiro, pois, com quase toda certeza, acharão a adaptação desprezível e medíocre).



Até a próxima camaradas!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Primeiras impressões d'As Crônicas de Spiderwick

Hohô! Acho que dessa vez cheguei um pouco atrasado... Acredito que esse filme já até esteja saindo de cartaz aqui na minha cidade; apesar que mesmo se não estivesse saindo, teria pena de desembolsar R$12 reais para assistí-lo. Prefiro aguardar o lançamento do DVD ou desenterrar o livro de mesmo nome em alguma biblioteca ou sebo.

Vocês devem estar pensando: "Uai! Mas como é que esse cara vai falar de algo que ao menos leu ou assistiu?". Acalmem-se ogros barrigudos! A verdade é que estou ansioso para ver a obra, assim como fiquei quando surgiram os primeiros pôsters da adaptação do livro A Bússola de Ouro. Já li algumas sinopses, resenhas e críticas quanto ao filme As Crônicas de Spiderwick, e quase todas foram positivas ou no mínimo intrigantes. Por isso é de claro bom senso recomendar esse filme, pois assim aqueles que torciam o nariz ao ver um trailer que soava como uma cópia d'As Crônicas de Nárnia ou mais uma aventura medíocre fantasiosa podem aproveitar esses últimos dias em que o filme estará em cartaz.

Para os leigos, que nem ao menos sabem do que estou falando, recomendo que leiam essa simpática sinopse que até está acompanhada de um trailer. Isso será o suficiente para animá-los, ou não.

O fato é que o filme foi baseado na obra de Holly Black, que foi gentilmente ilustrada por Tony DiTerlizzi. As Crônicas de Spiderwick se dividem em cinco livros, todos feitos de forma a parecerem livros realmente infantis (com detalhes de caligrafia a mão, desenhos feitos pelas páginas). Por se tratar de relacionamentos, a obra tanto pode ser lida por crianças, dos 4 aos 12 anos, quanto por adultos, o que traduz a história numa síntese mais encantadora.

Para quem já assistiu o filme e sentiu náuseas com todo esse meu papo, aqui vai uma crítica pela site Judão, no qual muitos camaradas meus acabaram por achar convincente, e o tópico aberto sobre o filme, na comunidade gloriosa Escritores de Fantasia (sempre de portas abertas à novos escritores e aspirantes).

É isso aí garotada, até a próxima sessão!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Berserker

Deuses! Como nunca pensei em falar sobre essa classe de loucos? Meu personagem favorito para RPGs, MMORPGs e outros jogos; também, quem não gosta de bater, destruir reinos, fazer churrasco de wyverns, tirar braço-de-ferro com gigantes e ainda jantar no inferno?

A classe guerreira berserker é lembrada e cultuada até hoje pela sua enorme força e agressividade dentro dos campos de batalha. Devotos de Odin, eram famosos por lutarem sem qualquer tipo de armadura, utilizando apenas machados (armas que não possuem defesa, como uma espada) e se atirando ferozmente para cima de qualquer oponente. A palavra "berserker", que originou o berserk no Inglês, possui dois significados aparentes: "pele de urso", ou ainda "camisa de urso", e "sem camisa", ou ainda "camisa simples". Apesar de parecerem incoerentes essas significações, as duas podem ser plausíveis, pois os berserkers eram ligados à natureza e aos animais, principalmente aos lobos e aos ursos. Estando sem camisa durante as batalhas, era como se fossem animais livres para o combate.

Na sociedade Viking, os berserkers eram admirados, respeitados e requisitados como mercenários, piratas e até soldados reais. Eram o que havia de melhor entre os guerreiros, já que eram valorosos e se serviam de estratégia no combate. Entretanto não eram todos que aplaudiam as ações dos berserkers, fazendeiros, artesãos e outros proprietários de pequenas terras os temiam. Para eles esses guerreiros representavam a loucura e a perversão sexual, por isso preferiam se manter longe deles. De fato os Berserkers eram psicologicamente instáveis, em vários relatos, como na Saga de Egil, é provado que eles não conseguiam se controlar fora do campo de batalha. Egil, por exemplo, matou a criada após ter um acesso de raiva sem motivo aparente.

Muitos historiadores tentaram explicar o motivo desses acessos de fúria. Os botânicos a princípio afirmaram que esse estado de fúria implacável era atingido através da ingestão de uma planta que servia de especiaria em bebidas alcoólicas. O problema era que essa planta aumentava a dor de cabeça durante a ressaca. Em 1784, o sueco Samuel Ödman afirmou que eles na verdade ingeriam cogumelos alucinógenos antes dos combates; Ödman baseou sua teoria nos cogumelos Fly acaris utilizados por xamãs siberianos.

Em 2004, um programa da televisão britânica, fez um teste com a planta alcoólica e o cogumelo alucinógeno. Infelizmente isso só provou que ambos causavam diminuição na agilidade e na força, acarretando em enjôos e vômito. Foi então aceito que na verdade apenas o psicológico desses berserkers era suficiente para que entrassem no estado frenético; isso poderia ser uma tática para intimidar os oponentes. Por essa possível tática de guerra, que pode ser rotulada até de "suicida", que os berserkers marcaram a história.

Outra explicação sobre esse frenesi diz que através de possessão espiritual, o berserker poderia se tornar um animal. Na religião Viking, a hamr de um ser humano poderia se transformar em um animal! Muitas histórias sobre berserkers falam que alguns deles se tornavam ursos no campo de batalha, enquanto seu corpo verdadeiro poderia repousar em casa.

Hoje é possível achar vestígios do acesso de raiva típico dos berserkes em várias culturas e livros. Um exemplo é a Ilíada, onde os guerreiros são "possuídos" pelos deuses, recebendo assim poderes sobre-humanos.

Talvez berserker e viking mais famoso da história seja Egil Skallagrímsson. Sua vida foi contada no livro Egil Saga, supostamente o maior épico islandês já escrito. Para os mais interessados, aqui vão as recomendações:

Sobre Egil Skallagrímsson

Até o próximo episódio!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sedna

Em uma tarde de ócio com meus amigos meio intelectuais, começamos a debater sobre como seria a mitologia de povos que não receberam devido destaque, como os gregos e egípcios. Por exemplo, para os esquimós, que viviam em um mundo gelado, sem muitas cores, sem contato com uma diversidade enorme de flora, qual era a visão de deus supremo? Qual seria sua visão de paraíso? O oceano ao invés do céu? Bom, essas questões e mais algumas outras foram levantadas nesse papo, e daí surgiu meu repentino interesse por mitologias apagadas, por assim dizer. A entidade Sedna, portanto foi a mais preferível a ser citada de prontidão nessa busca por mitos desconhecidos. Essa foi uma deusa marcante da mitologia esquimó e recentemente um planeta foi até batizado com seu nome!

Existem diversas versões acerca de como Sedna se tornou uma deusa, variando de região para região, porém todas têm um senso comum: Sedna é a mãe de todas as criaturas marinhas, podendo controlá-las para o bem ou o mal dos caçadores esquimós. Alguns outros nomes são utilizados também pare referir-se a ela; como Arnakuagsak (Groenlândia) e Nerrivik (Alasca).

Uma das lendas, talvez a mais famosa, diz que Sedna era uma moça encantadora que vivia em uma situação bastante confortável junto dos pais. A caça e a pesca estavam fartas e nada lhe faltava. Isso era bom, pois também servia de desculpar para ela recusar o pedido de casamento dos seus admiradores Inuit. Sedna quebrava a tradição ao preferir ficar com seus pais a se casar; até seus pais insistiram para que ela mudasse de idéia.

Certo dia um Inuit apareceu e convenceu Sedna a se casar com ele, prometendo abundância de peles e cobertores, fartura de alimentos e conforto. Tudo o que Sedna desejava. Após estarem casados, este estranho homem a levou para sua ilha, que estava bem distante de onde Sedna morava. Quando estavam sozinhos, o homem se revelou na verdade um pássaro, um pássaro da cintura para cima, para ser mais preciso. Não é preciso dizer que Sedna se enfureceu, mas isso só resultou em seu cárcere; nessa situação, ela só poderia aproveitar o que fosse possível. Infelizmente, como um pássaro, ele não conseguia peles e carne, pois só podia pescar.

Entre um peixe e outro, o tempo foi passando. Decidido, o pai de Sedna foi visitá-los. Ao descobrir que o marido de sua filha era na verdade um pássaro, e não um bom partido, ficou enraivecido! Não pensou duas vezes em matar o mentiroso. Foi então que Sedna e seu pai tomaram seu caiaque e seguiram de volta para casa. Porém, nesse meio tempo, os amigos do homem-pássaro ficaram sabendo do assassinato e decidiram se vingar. Voando por cima do caiaque e batendo as asas com força, os pássaros conseguiram provocar uma enorme tempestade, que gerou ondas que deixam o caiaque na vertical.

Com o barco enchendo-se de água e a possibilidade de morrer afogado nas águas gélidas, o pai de Sedna decidiu jogar o corpo de sua filha no mar, assim, pensava ele, os pássaros poderiam parar com o bater das asas, acalmando a tempestade. Desesperada, Sedna segurou-se com força na extremidade do caiaque, o que não impediu seu pai de cortar friamente seus dedos. Foi nesse momento que algo surrealista aconteceu, pois de cada articulação dos dedos de Sedna surgiu um animal marinho diferente, como focas, baleias, peixes e morsas. Sedna naufragou, atingindo o fundo do mar. Lá pode se tornar um espírito, com corpo de mulher e cauda de peixe; algo bem semelhante ao aspecto das sereias.

Esse mito fez com que o Inuit respeitassem mais os animais marinhos, para agradar Sedna e garantir uma boa época de caça e pesca. Caso desrespeitassem algum tabu, um Xamã poderia se incumbir de mudar sua forma para a de um peixe e mergulhar até o fundo do oceano, lá teria de pentear os cabelos emaranhados de Sedna (ela não tem dedos!), apaziguando assim sua ira.

Para os mais interessados, aqui vão minhas recomendações:

Um pouco sobre a Mitologia Esquimó


Até o próximo capítulo pessoal!

Voltando para destruir de vez

É galera, promessas são feitas para serem cumpridas. Infelizmente eu larguei esse blog jogado às traças, isso depois de ter avisado formalmente que haveria uma "volta" e uma grande mudança quanto à equipe, layout, entre outros detalhes. Bom, agora para a felicidade de muitos, decidi voltar de vez, tanto por sentir falta de pesquisar e escrever sobre fantasia, livros e lendas, quanto por sentir que esse blog tem futuro pela frente.

Como puderam notar, o header está com uma aparência nova. Até agora só ouvi reclamações, principalmente por parte da minha namorada, mas por enquanto, até que surja uma idéia melhor, vou deixá-lo assim mesmo. Pode parecer loucura, ou problemas mentais, mas essa nova cara do "Falando de Fantasia" será como um novo marco, pois vou acrescentar algumas coisinhas aqui e outras acolá. Por exemplo, vou acrescentar um pouco de humanidade nas minhas postagens, por prefiro derramar um pouco de veneno e sarcástico em cima dos textos, hahaha!

Que assim seja então, amém!