terça-feira, 21 de agosto de 2007

Mitologia Nórdica - Parte Final

Ragnarök

E o dia da vingança do lobo Fenrir (chamado também de Wolf-Joint) chegou por fim, era o último dia, o da batalha épica entre os Aesir, comandados por Odin e os gigantes, liderados por Loki (o deus das traições e um antigo Aesir). Estes dois grupos foram rivais desde o início dos tempos, mas os Aesir conseguiram ao longo de sua existência, prender alguns dos principais gigantes e o própio Loki, que ficou atado em tortura eterna numa caverna. Mas pela influência das mentiras de Loki, Midgard começa a sofrer grandes males, como uma rigoroso inverno, e a ter caos entre os seres humanos. Até a árvore da vida, Yggdrasil, foi devorada por um dragão.

O Sol e a Lua (Sol e Mani) são finalmente consumidos pelos dois lobos místicos, Skoll, perseguidor do Sol, e Hatri, perseguidor da Lua (ou Mani). Quando eles são devorados pelos lobos, a terra treme, e assim vários seres, incluindo Loki e Fenrir são soltos, desencadeando o Ragnarök.
Os deuses saltaram dos seus palácios e saíram nos seus cavalos para combaterem os gigantes do gelo e a sua banda de renegados e monstros horrendos. Ia dar-se início à luta final sobre a planície de Vigrid, segundo o que o destino tinha marcado desde o princípio dos tempos.
A batalha derradeira entre o exército do bem, formado pelos deuses do Aesir, os guerreiros escolhidos do Einheriar e os deuses do vento, os Vanas, e as forças poderosas e heterogêneas do mal, em cujas sinistras filas estavam desde a deusa da morte, Hel, até Loki e o seu filho, o lobo Fenris, passando pelos sempre temidos gigantes do gelo e de todos os monstros aliados.

Um instante depois, entre o estrondo da tempestade e a fúria de todos os elementos desatados, todos os inimigos estavam combatendo a morte, numa luta sem quartel, na qual dificilmente podia haver um vencedor.

Cada um dos combatentes selecionou o inimigo do seu tamanho, e assim Odin enfrentou o lobo Fenrir; Thor lançou-se contra a serpente dos mares de Midgard, Jormungard; Heimdall escolheu o traidor deus Loki como seu rival; Tyr balançou-se contra o cão Garn; sem dar-se um segundo de descanso, todos os adversários lutaram desesperadamente enquanto puderam manter-se em pé.

Mas também todos eles, sem exceção, foram sucumbindo perante os seus mútuos inimigos. Estava claro que nenhum deles podia vencer naquela loucura coletiva; enquanto os exércitos se matavam, o céu e a terra ardiam com as centelhas que arrojou o furioso Surt e, muito em breve, todo o Universo se consumia irremissivelmente nesse fogo aterrador que também o purificava para o sempre.

O ruído da luta parou; só restavam as cinzas, mas voltou a brilhar outra luz no céu: a filha póstuma da deusa sol, agora mais tênue e benfeitora. O calor do Sol surgiu outra vez; e da profundidade do bosque de Mimir, surgiram uma mulher e um homem, Lifthrasir e Lif (os dois únicos humanos sobreviventes do fogo), que tinham sido reservados da morte para repovoarem o novo mundo que tinha que suceder ao corrompido mundo primordial.

Os deuses da natureza, Vale e Vidar, também se debruçaram à paisagem que despertava a nova vida e encontraram-se com aqueles que nasceram para suceder aos doze deuses: os irmãos Modi e Magni, os filhos do deus Thor e da gigante Iarnsaxa, que traziam consigo o martelo do pai e as suas virtudes.

Apareceu depois Hoenir, seguiram-no pouco mais tarde os irmãos gêmeos Baldur e Hodur, filhos de Odin e Frigga. Os sete deuses descobriram felizmente que, além no alto do céu, Gimli, a morada celestial mais elevada, salvou-se da destruição total. Então, a partir desse recuperado canto do paraíso original, começaria o novo reinado de amor e cuidado sobre a nova humanidade e sobre a também renovada Terra.

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