terça-feira, 7 de agosto de 2007

Tiamat

Tiamat é a deusa dos elementos (terra, ar, fogo, água e metal) nas mitologias babilônica e sumérica. Não existe uma descrição precisa que permite associá-la com total certeza à alguma criatura, no poema épico Enuma Elish (poema da antiga Babilônia, escrito em sete tábuas, que conta o mito da criação) a descrição da Tiamat contém: uma cauda (rabo), coxas, partes baixas, abdómen, tórax, cabeça e pescoço, olhos, narinas, boca e lábios, e por dentro artérias, coração e sangue. Assim é difícil saber se ela aparentava ser um dragão (sendo a forma mais retratada por escritores e desenhistas) ou uma serpente.

Contudo, há uma etimologia semita que dá a entender que a Tiamat era mesmo uma serpente. No mito fragmentado Astarte e o Tributo do Mar, há uma menção de Ta-yam-t o que parece ser uma referência de uma serpente (*Ta - *Tan) marítima (*Yam) feminina (*t). Se essa etimologia estiver correta, isso poderá explicar a conexão entre Tiamat e Leviatã.

No Enuma Elish, Tiamat é tratada como a criadora de tudo (até mesmo dos dragões e das serpentes) e os deuses seriam seus filhos, netos e bisnetos. Ainda assim, Tiamata representa o caos e obscuridade, por isso é morta por Marduk, segundo a Bíblia, deus protetor da Babilônia. Segue então a história mitológica da luta entre o bem e o mal.

O deus Ea (Enki ou ) matou Apsu, acreditando que este havia se elevado com o caos e que planejava assassinar os deuses mais novos. Isso enraiveceu Kingu - filho de Tiamat e Apsu - o qual reportou o fato à Tiamat, que criou mais monstros para lutar contra os deuses. Tiamat possuía as Tabuletas do Destino e na batalha decisiva decidiu dá-las à Kingu, o qual era agora líder dos seus exércitos. Os deuses ficaram desesperados, mas Marduk (Anu - filho de ) fez uma promessa de que seria reverenciado como o Rei dos Deuses. Ele batalhou contra
Tiamat, armado com Flechas do Vento, uma rede, um cajado e sua Lança Invencível.

E o senhor prevaleceu sobre o corpo machucado de Tiamat
E com seu cruel cajado esmagou sua cabeça
Ele cortou as veias por onde passavam seu sangue
E fez o vento do norte correr por lugares secretos


Cortando Tiamat ao meio, fez de seu tórax o vácuo entre o céu e a terra. Seus olhos cheios de lágrimas se tornaram a fonte do Rio Tigre e Eufrates. Com a permissão dos outros deuses, as Tabuletas do Destino foram tomadas de Kingu, instalando-se como o cabeça do Templo Babilônico. Kingu foi capturado e posteriormente assassinado, seu sangue foi misturado com a terra vermelha, criada do corpo de Tiamat, para então formar o corpo da humanidade, criada para servir os deuses mais novos Igigi.

Um comentário:

Anônimo disse...

Rajada de flechas!!