sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Odisséia

Mitologia grega é uma das principais fontes de conhecimento para quem gosta de escrever fantasia, pois além de ser mais acessível que outras mitologias, é rica na questão filosófica da coisa. Deuses caóticos, palavras que valem mais do que ouro, honra, traição, ambigüidade e atos heroícos realizados por amor ou amizade. Esses são alguns elementos de muitas histórias que compõem esse imaginário greco-romano que marcou profundamente a história da humanidade.

Um grande poeta grego que registrou em palavras essas lendas e aventuras foi Homero. Ninguém sabe ao certo quem ele era, se realmente existira e se realmente escrevera seus épicos, mas é compreensível dizer que Ilíada e Odisséia foram obras que atravessaram o tempo e servem ainda hoje como referência literária. Destes dois, o que eu li e gostei mais, tanto pela abundância de aventuras, descobertas e seres fantásticos, foi Odisséia, livro que dá continuidade a guerra de Tróia.

Odisséia narra as desventuras de Ulisses (no grego Odisseu), quando este ao sair de Tróia, depois de vencida a guerra, regressa à sua Ítaca. Ao contrário de seus companheiros de guerra, Ulisses não retorna de imediato, pois uma tempestade o envolve e os tira da rota. É então o começo das aventuras de Ulisses, pois por cada ilha que acaba tendo de passar existe algum tipo de perigo a ser superado, como sereias, ciclopes, feiticeiras, monstros, tempestades e principalmente a fúria de Poseidon (e nem todos desafios são superados sem alguma perda, pois muitos marinheiros a serviço de Ulisses morrem, não sobrando nenhum no fim das contas, e muitos navios são destruídos, restando a Ulisses apenas restos de madeira). Enquanto isso, em Ítaca, muitos pretendentes, ao verem que possivelmente o rei não voltaria mais, aproveitam a situação para tentarem desposar a rainha Penélope.

Telêmaco, herdeiro de Ulisses, é jovem e sem treinamento nenhum (pois seu pai ficara ausente durante 20 anos em meio a guerra e aos acontecimentos que interromperam seu retorno), por isso é obrigado a assistir os pretendentes gastando toda a fortuna de Ulisses em grandes banquetes e bebidas. Laerte, pai de Ulisses, é velho demais para combater, por isso sofre e é obrigado a morar no campo.

Ulisses, que ao final de sua viagem foi confinado na ilha de Calipso, recebe a ajuda de Atenas e começa uma jornada de volta para casa, infelizmente o irado Poseidon ainda tenta atrapalhar seus planos. Com um barco feito de maneira rústica, Ulisses consegue atingir a ilha dos Feaces, cujo rei o recebe muito bem, e de lá chega por fim a sua pátria, Ítaca. Lá se vê obrigado a planejar sua vingança de maneira cautelosa, pois o número de pretendentes é grande, é então o início de um combate nas escondidas em busca do trono perdido.

É importante ressaltar que ainda hoje Ulisses simboliza o homem que busca superar inúmeros desafios em busca do que deseja. Livro recomendado para todos que desejam entender um pouquinho mais sobre o universo mitológico greco-romano; se não tiverem paciência para ler a versão original, dividida em 24 cantos, leia alguma adaptação primeiramente, valerá a pena do mesmo jeito.

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