terça-feira, 20 de maio de 2008

O Labirinto do Fauno

O Labirinto do Fauno é mais um filme do diretor Guillermo Del Toro, lançado em 2006. Sendo considerado por muitos cinéfilos como o melhor filme do ano, conseguiu emocionar diversos públicos do mundo, conquistando por fim um Oscar e um Globo de Ouro. Eu sinceramente acho que é pouco para um filme tão maravilhoso e com um roteiro tão original, já que só podemos esperar por adaptações se depender do cinema mainstream americano. A história se passa em 1944, período onde várias linhas fascistas estavam sendo varridas pelos rebeldes republicanos na Espanha, mais especificamente durante a ditadura de Franco. Ofelia é a protagonista da trama, uma jovem amorosa de 10 anos, amante dos livros de contos de fada. Ela perdeu seu pai na guerra, passando então a viver apenas com sua mãe, grávida de seu irmãozinho, e seu padrasto Vidal, um sádico capitão fascista que age em nome de Franco.

Tudo começa quando Ofelia e sua mãe são obrigadas à ir morar na casa onde Vidal e outros soldados mantém um posto de vigilância contra a resistência republicana. A inocente Ofelia transforma o clima assustador da antiga casa no começo de um belo conto fantástico. Guiada por uma fada, que surge em forma de inseto, ela caminha até encontrar um antigo labirinto de pedras, este a leva até um local subterrâneo adornado de estatuetas e desenhos enigmáticos. Lá conhece uma criatura misteriosíssima, de muitos nomes antigos, alguns já até esquecidos. Essa criatura adota por fim o singelo nome: Fauno. Ofelia, amedrontada, ouve a história que o velho Fauno tem a lhe contar sobre seu suposto passado em forma de uma princesa que vivia no mundo subterrâneo; ele ainda acrescenta: Ofelia poderia voltar ao seu reino se completasse três tarefas. Assim para completá-las, Ofelia recebe também um livro em branco com o qual poderá ver a próxima tarefa a ser executada, porém sendo necessário estar só para isso.

O universo que Guillermo Del Toro cria ao longo do filme é sombrio e intenso em peculiaridades. Cada um, ao final do filme, pode estabelecer uma conclusão própria, já que a lacuna que o final deixa é preenchida de acordo com a visão de vida que cada um possui. Eu, por exemplo, sou obrigado a dizer que chorei com o final, hahahahahaha, enquanto minha namorada ficou apenas me zombando! O Labirinto do Fauno é um filme que mexeu mesmo com muita gente, pois ele trata com a devida sensibilidade o mundo de fantasia que somos obrigados a criar como refúgio da realidade cruel e fria. Vidal se tornou, por exemplo, um dos piores e mais cretinos vilões que já vi no cinema! Ele demonstra toda a frieza e desumanidade que cada dia cresce mais no mundo, isso em contraste com frágil Ofelia, que representa todos aqueles que buscam e acreditam em seus sonhos, mesmo sendo oprimidos e injustiçados. A maior sacada do filme é mostrar à quem assiste que até as mais feias criaturas mágicas, como o próprio Fauno, são lindas e amáveis perto dos verdadeiros monstros, como o capitão Vidal. A atmosfera do filme se torna a cada instante mais profunda, recheada de metáforas e influências que tornam a história filosófica, política, inocente e ao mesmo tempo crítica; tudo a ser digerido em diversos níveis de públicos. Eu sinceramente duvido que alguém se atreva a dizer que O Labirinto do Fauno é um filme fraco...

Fazia tempo que não assistia algo tão comovente, por isso essa é a recomendação da semana, do mês, do ano, do milênio, quem sabe? Aproveitem que o filme é encontrado em quase todas as locadoras e não é nem um pouco disputado! Sério galera, acreditem em seus sonhos, pois mesmo que tenham de sacrificar suas vidas por isso no final valerá a pena. Fiquem agora com o trailer do filme, até a próxima!

5 comentários:

Mariane Gerez disse...

Eu amei! ^^

Unknown disse...

Bem interessante teu artigo, Cezar.
Este fuilme, mais do que traçar um pararelo entre a irracionalidade humana e a racionalidade mágica, nos mostra de forma sutil duas maneiras distintas de se ver as coisas. E mais, nos apresenta uma interessante pergunta: será que a magia está realmente aí e nós, por não nos abrirmos a ela, a estamos matando?!?!
Outro exemplo interessante sobre este tema (embora infinitamente menos trabalhado e menos belo que "O labirinto...") é o filme "Ponte Para Terabitia", do diretor Gabor Csupo (este filme é baseado no livro de msm nome da escitora Katherine Paterson.
Vale a pena dar uma conferida.
Abraços

Roberto Colombo disse...

Ainda não vi, mas estou realmente com vontade!
Imagino que seja um filme belíssimo!
Abraço

Anônimo disse...

O Labirinto do Fauno é um filme fraco!

Brincadeira :ainda não assisti (outro dia peguei-o pela metade no HBO , mas fui incapaz de continuar : quero vê-lo inteiro).

Lembrando que é o Del Toro quem dirigirá O Hobbit I/II e está adaptando , junto com o Gaiman , "Dr.Estranho" para as telas , além de "At the Mountains of Madness" , de H.P.Lovecraft.
._.

Renan Blog's disse...

eu amo esse filme , estou escrevendo uma continuação para o filme , só para escrever , adorei o texto que vc fez , parabens cára *