sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tyger e algo sobre cinema nacional de fantasia

Seria esse artigo sobre uma lenda? Bom, sei que o mito do cinema brasileiro dentro do gênero de fantasia pode ser mais cabeludo que muitas coisas que já vimos por aqui. Um colega da Escritores de Fantasia comentou a falta que é a ficção de gênero dentro do cinema brasileiro, nem ao menos existindo adaptações corriqueiras. Muitos argumentam que o cinema nacional é repleto de filmes sobre criminalidade, violência, uma comédia romântica aqui e milhares de filmes da Xuxa e do Didi lá. Tudo bem, isso não deixa de ser uma verdade, mas é claro, devemos saudar a qualidade de certos filmes, como Cidade de Deus ou Cama de Gato. A culpa da pouca exploração de outros ramos no cinema pode dever-se ao baixo orçamento em que estamos restritos no Brasil, sem contar que nossa tecnologia em produção de efeitos especiais, indispensáveis em certos casos ( já imaginou O Senhor dos Anéis sem eles?), é muita fraca. Se quiser comprovar com os próprios olhos, basta dar uma olhada nesse trecho da novela de ficção científica Caminhos do Coração (hahaha, apelo mesmo).

Não sou especialista em cinema, estou longe disso, entretanto sei as dimensões que nosso cinema pode atingir em determinados ramos e sei também seus pontos fracos, no caso produções que exigem grande orçamento. Todavia, é claro, para tudo há uma saída. Como já disseram para mim, deixem os americanos com seus filmes repetitivos recheados de efeitos e fiquemos com a criatividade dos filmes franceses, italianos, brasileiros, entre muitos outros. Às vezes é mais interessante ter uma saída bem sucedida com uma produção mais artesanal, uma fotografia mais elaborada e um filme, pelo seu todo, com uma idéia mais visionária. Apesar de não serem filmes, as mini-séries Hoje é Dia de Maria e Pedra do Reino estiveram aí para mostrar como é eficaz ter na estrutura de uma filmagem bons profissionais; o mundo fantástico criado em ambos, com a utilização de bonecos, paisagens extravagantes, situações que remetem à nossa cultura, a ligação com o folclore tupiniquim, mostra que é possível mexer com o imaginário de qualquer pessoa, sem usar tantos meios gráficos para tal.

Seguindo recomendações do caro André Vianco, pude assistir um curta-metragem chamado Tyger (filme tão brilhante que me obrigou a fazer esse texto). Dirigido por Guilherme Marcondes, o curta, que é baseado no poema The Tyger de William Blake, fez considerável sucesso não só por aqui, como no exterior também. Reparem que na produção do filme é facilmente reconhecível aquele estilo brasileiro de fazer arte! Já o outro vídeo se trata do trailer do filme A Última Partida, baseado em conto de André Vianco e dirigido pelo mesmo. É excitante ver como ainda há pessoas que acreditam nessa vertente. Para os mais interessados, a Fantasticon desse ano contará com uma palestra sobre curtas e longas de ficção científica, terror e fantasia, o intuito é incentivar a criação de filmes do gênero a partir de uma iniciativa independente; bom, mas isso é outra história. Fiquem agora com os dois vídeos, qualquer sugestão ou reclamação é só comentar, até a próxima!



2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, você tem contato com o André Vianco??

Ele é demais!!!

BANNED disse...

só assisti o primeiro video... mas é de cair o cu da bunda!!

muito bem feito